Espondilolistese: o que é, quando operar e mitos e verdades.

    espondilolistese é uma condição em que uma vértebra da coluna “escorrega” para frente em relação à de baixo. Pode ocorrer em diferentes níveis, mas é mais comum na transição lombossacra (L4–L5 e L5–S1).

    Esse deslizamento pode ser leve e sem sintomas, ou causar dor lombar, dor irradiada para as pernas (ciatalgia), alterações na marcha e, em casos mais graves, déficits neurológicos.


Quando a cirurgia é necessária?

    Nem todo caso de espondilolistese precisa de operação. A maioria pode ser controlada com fisioterapia, fortalecimento muscular e analgésicos.


    A cirurgia é indicada quando:

  • A dor é persistente e limitante, apesar de meses de tratamento conservador.

  • Há compressão nervosa importante, causando dor intensa na perna, dormência ou fraqueza.

  • Existe progressão do escorregamento ou instabilidade documentada em exames de imagem.

  • O paciente apresenta déficit neurológico (perda de força, alterações esfincterianas).

    O procedimento mais comum envolve descompressão das raízes nervosas, inclusive por via endoscópica, até artrodese (fusão) da vértebra instável, geralmente com parafusos pediculares e hastes.


Mitos e verdades sobre espondilolistese.

🔴 Mito: “Toda espondilolistese precisa de cirurgia.”
➡️ Verdade: A maioria dos casos pode ser tratada de forma conservadora. Só operamos quando há dor intratável, déficit ou instabilidade grave.

🔴 Mito: “Se eu fizer esforço, a vértebra vai ‘escorregar’ mais rápido.”
➡️ Verdade: O fortalecimento da musculatura paravertebral e abdominal é fundamental para proteger a coluna. O risco maior vem da instabilidade estrutural, não da atividade física orientada.

🔴 Mito: “Cirurgia de coluna sempre deixa o paciente com limitações.”
➡️ Verdade: Com as técnicas modernas de fixação e fusão, muitos pacientes retornam às atividades normais, inclusive esportivas, após reabilitação adequada.

🔴 Mito: “É uma doença rara.”
➡️ Verdade: A espondilolistese é relativamente comum, especialmente em pessoas com degeneração da coluna lombar ou em atletas com sobrecarga repetitiva (ex.: ginastas, jogadores de futebol americano, levantadores de peso).


Mensagem final.

    A espondilolistese tem tratamento individualizado. Nem sempre é preciso operar, mas quando há indicação, a cirurgia pode trazer alívio da dor e recuperação da qualidade de vida.
    O mais importante é avaliação com especialista em coluna, que vai indicar o melhor caminho para cada paciente.